Sono com sonhos = criatividade

Sono de sonhos impulsiona pensamento criativo, sugere experimento.

Estudo americano comparou sono normal, sono com sonho e repouso.
Grupo que atingiu fase de sonho teve melhor desempenho em teste.

São famosas as histórias em que a criatividade é inspirada por sonhos. Entretanto, não havia ainda nenhuma confirmação científica de que sonhar pudesse ajudar o desempenho em tarefas criativas executadas durante o dia. Pelo menos até o estudo realizado por um grupo de cientistas nos Estados Unidos.

Eles acabam de demonstrar, por uma série de experimentos, que dormir e ter sonhos ajuda a realizar tarefas que exijam criatividade. Até então, já havia estudos demonstrando a ajuda que o sono dá ao pensamento criativo, mas nada que especificasse em qual fase do sono se obtém o benefício.

Denise Cai, psicóloga da Universidade da Califórnia em San Diego, e seus colegas testaram isso ao comparar o desempenho de voluntários que tiravam uma soneca durante a tarde e atingiam o chamado sono REM (sigla inglesa para movimento rápido dos olhos, fase em que acontecem os sonhos), outros que só dormiam, mas não experimentavam a fase REM, e um terceiro grupo que apenas fazia repouso silencioso.

Testes associativos correlacionados com a criatividade – definida como a capacidade de conectar elementos originalmente desconexos – foram aplicados aos voluntários pela manhã (antes da soneca) e à tarde. Os resultados mostraram claramente que os grupos do repouso silencioso e do sono sem sonhos tinham desempenhos similares. Já os que tiveram sono REM (ou seja, atingiram a fase de sonhos) apresentaram desempenho médio melhor.

Os resultados ajudaram também a corroborar a ideia de que, para solucionar criativamente um problema, nosso cérebro trabalha com uma fase de incubação, em que não pensamos no problema conscientemente, mas nosso subconsciente segue trabalhando, até a solução emergir de forma súbita na mente consciente.

Os cientistas especulam que a fase de sonhos do sono ajude esse trabalho de incubação ao estimular a ativação de certas conexões cerebrais usadas antes do sono.

O trabalho foi reportado pelos cientistas no periódico da Academia Nacional de Ciências dos EUA, “PNAS”.


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